Consciência política cresce e eleitor começa a rejeitar a velha barganha eleitoral

A política brasileira, historicamente marcada por práticas clientelistas e acordos de conveniência, começa a enfrentar resistência de um eleitorado mais atento e crítico. O tradicional "toma lá, dá cá", que por décadas moldou a relação entre políticos e eleitores, sobretudo em regiões mais vulneráveis, dá sinais de esgotamento.
A conhecida frase atribuída a São Francisco de Assis — "é dando que se recebe" — foi, ao longo do tempo, distorcida no campo político para justificar trocas de favores em busca de votos. Hoje, esse modelo de barganha começa a perder espaço frente à crescente maturidade do cidadão brasileiro.
Com a modernização das cidades e o acesso facilitado à informação, cresce o número de eleitores que exigem mais de seus representantes. O chamado voto útil deixou de ser apenas uma estratégia para derrotar adversários indesejados e passou a ser ferramenta de pressão por melhorias reais e representação qualificada.
A recente prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, expôs fragilidades no que antes era um capital político sólido, o "espólio bolsonarista". A transferência de votos que funcionava no passado começa a se desgastar, refletindo a mudança de comportamento do eleitor.
Levantamentos de institutos especializados mostram que o eleitor tem dado preferência a candidatos com ficha limpa, histórico de atuação comunitária, propostas claras e postura ética. É um sinal positivo de que o voto está sendo tratado com mais responsabilidade e menos como moeda de troca.
Esse amadurecimento, no entanto, convive com desafios, como o financiamento público de campanhas, que ainda favorece grandes partidos e dificulta a renovação política por siglas menores.
Em Rondônia, o cenário eleitoral também se movimenta. Nomes como Jesualdo Pires, Zequinha Araújo, Wiveslando Neiva, Carlos Magno, professor Heberth Lins, Amir Lando, Airton Gurgacz, Luiz Cláudio, o jornalista Samuel Costa e o pastor Evanildo Cruz já aparecem bem colocados nas primeiras pesquisas rumo à Câmara Federal, sinalizando uma disputa acirrada nas próximas eleições.
A mudança de postura do eleitor, cada vez mais exigente e consciente, é um indicativo de que a qualidade dos futuros representantes pode — e deve — refletir essa nova mentalidade. O bom senso, ao que tudo indica, começa a superar a política de conveniência.