Fiscalização do TCE-RO identifica avanços e falhas em unidades de saúde de Porto Velho

No último sábado (13), o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) realizou uma nova rodada de fiscalização em unidades de saúde de Porto Velho, como parte do programa de Fiscalizações Permanentes na Saúde. A ação teve como objetivo acompanhar a qualidade do atendimento à população e as condições de trabalho dos profissionais de saúde.

Foram vistoriadas as seguintes unidades: UPA Leste, SAMU, Policlínica José Adelino da Silva e Policlínica Ana Adelaide. As visitas revelaram avanços importantes, como funcionamento regular de serviços e melhoria no fornecimento de insumos, mas também expuseram falhas estruturais e operacionais que afetam diretamente pacientes e servidores.

UPA Leste: funcionamento regular e elogios da população

A fiscalização constatou escala médica completa, insumos abastecidos e exames funcionando normalmente. O equipamento de raio-X, que estava ausente em vistoria anterior, já foi instalado e está em uso.

“Mesmo com a mudança de prédio, está tudo bem organizado”, avaliou Moisés Rodrigues, servidor do TCE que participou da inspeção.

A odontologia segue sendo oferecida em estrutura provisória, mas sem impacto negativo ao atendimento.

SAMU: frota ampliada, mas equipe sobrecarregada

O SAMU apresentou melhorias, com seis ambulâncias operando, incluindo uma nova Unidade de Suporte Avançado (USA). No entanto, a equipe técnica alertou para a sobrecarga dos profissionais, que têm sido acionados para casos que não exigem atendimento emergencial, desviando a função do serviço e comprometendo a agilidade nos atendimentos críticos.

Policlínica José Adelino: falta de insumos e segurança

Na Policlínica José Adelino, embora parte dos equipamentos e medicamentos tenham sido regularizados, persistem problemas sérios:

• Falta de insumos básicos
• Almoxarifado desorganizado
• Falta de controle logístico
• Falta de segurança patrimonial
• Ausência de agente de endemias aos fins de semana

Além disso, uma ambulância da unidade foi emprestada a outro local, o que prejudica o transporte de pacientes.

Policlínica Ana Adelaide: estrutura deficiente e demora na transferência

A unidade apresentou melhorias como retorno do serviço de raio-X e regularização dos insumos. No entanto, os auditores constataram:

• Falta de ar-condicionado na sala de exames
• Torneiras e chuveiros improvisados
• Falta de cadeiras de rodas e macas
• Pacientes aguardando transferência por vários dias

Um dos casos registrados foi o de um paciente que, mesmo regulado, aguardava há quatro dias por vaga no Hospital João Paulo II, evidenciando a falta de fluxo e estrutura para internações prolongadas.

Controle e melhorias em andamento

As fiscalizações fazem parte de uma ação contínua do TCE-RO que, há quase dois anos, busca induzir melhorias na saúde pública estadual.

“Tivemos avanços como aquisição de novos equipamentos, ampliação das equipes e aumento na oferta de exames e medicamentos”, destacou o secretário-geral de Controle Externo do TCE, Marcus Cézar Filho.

Os resultados serão consolidados em relatórios técnicos com recomendações práticas aos gestores públicos. O acompanhamento seguirá para garantir que os avanços sejam efetivados e cheguem à população.

“Mais do que números, nossa presença nas unidades de saúde é um gesto de compromisso com a vida e a dignidade dos rondonienses”, concluiu o Tribunal.