Polícia Militar frustra possível execução do "tribunal do crime" e apreende 2 kg de crack em Vilhena

Na noite do último sábado (2), uma equipe da Patrulha Reforço da Polícia Militar impediu uma possível execução promovida por facção criminosa durante patrulhamento no bairro Alto Alegre, em Vilhena (RO).
Os policiais passavam pela Rua 912 — conhecida como “Boca de Fumo do Russo ou Bruxo” — quando ouviram gritos de socorro vindos de uma residência. Ao se aproximarem, perceberam sons de correria e objetos sendo quebrados. No local, encontraram dois homens em estado de desespero, um ainda amarrado e o outro com marcas de corda nos pulsos.
Diante da situação, foi feito um cerco policial. Dois suspeitos tentaram fugir pulando muros, mas foram detidos: D.A., proprietário do imóvel, e um adolescente que confessou ser membro do Comando Vermelho (C.V.). Ambos sofreram ferimentos leves durante a fuga e foram algemados para evitar nova evasão.
Durante a busca, a polícia localizou cerca de 2 kg de crack em duas embalagens verdes, supostamente descartadas pelos suspeitos. Também foi apreendida uma pistola calibre .40, da marca Taurus, com registro de furto em Porto Velho, abandonada durante a abordagem. A arma estava carregada com quatro munições e uma na câmara.
Segundo as supostas vítimas, identificadas como F.D.S.A.S. e E.S.S., eles haviam parado em frente à residência apenas para usar o celular e tratar da venda de uma motocicleta, sem saber que se tratava de um ponto de tráfico. Eles relataram ter sido rendidos por D.A., amarrados e ameaçados de morte após serem acusados de pertencer à facção rival PCC. Uma chamada de vídeo com cerca de 20 a 30 membros do Comando Vermelho teria sido feita para deliberar sobre a execução, que só foi evitada pela chegada da PM.
Já os suspeitos deram uma versão diferente: alegaram que as vítimas compareceram voluntariamente para negociar drogas e que o desentendimento ocorreu após a descoberta de uma suposta ligação com o PCC. D.A. afirmou que foi até o carro das vítimas buscar os entorpecentes e que elas o seguiram sem coação.
Diante das contradições, e considerando os depoimentos, as imagens, a apreensão da droga e da arma, a polícia também autuou F. e E. por suspeita de envolvimento com o tráfico.
Além da droga e da arma, foram apreendidos uma motocicleta Yamaha YBR preta — que segundo o adolescente pertenceria ao Comando Vermelho —, um VW Fox vermelho utilizado pelas supostas vítimas e os celulares de todos os envolvidos.
Durante o registro da ocorrência, D.A. tentou danificar o celular fornecido pela guarnição ao ser autorizado a avisar a mãe sobre a prisão. O aparelho teve a tela parcialmente danificada, mas segue em funcionamento.
Todos os envolvidos foram encaminhados à delegacia para as providências legais.