Vereadores alertam que crise do lixo em Porto Velho ameaça saúde pública e meio ambiente
Durante a sessão plenária desta segunda-feira (10), vereadores de Porto Velho manifestaram preocupação com a atual crise na coleta de lixo na capital. O acúmulo de resíduos nos bairros tem gerado riscos à saúde pública e ao meio ambiente, segundo os parlamentares, que cobraram providências urgentes da administração municipal.
A vereadora Sofia Andrade (PL) e o vereador Gilber Mercês (PL) relembraram que a Câmara votou contra a quebra do contrato com a Eco Rondônia, do grupo Marquise, por entender que a mudança traria prejuízos à cidade. Eles também destacaram que o Legislativo aprovou uma resolução declarando ilegal o pregão que resultou na contratação emergencial da Eco PVH, atual responsável pela coleta, ligada ao grupo Amazon Fort.
“Nossa parte nós fizemos. Nunca vi tantos urubus sobrevoando a cidade como agora”, lamentou Gilber, em referência ao acúmulo de lixo nas ruas.
O vereador e médico Macário Barros alertou que a demora na coleta pode causar surtos de doenças como leptospirose e hepatite, transmitidas em ambientes insalubres.
“O lixo é uma questão de saúde pública. Vamos esperar um surto para agir? A saúde não espera. Quando houver mortes, será tarde demais”, afirmou.
No campo ambiental, o vereador Pedro Jeová relatou que moradores ribeirinhos começaram a descartar resíduos no rio Madeira por falta de coleta regular. Segundo ele, o mesmo ocorre na Vila Aliança, a 40 km da capital, onde parte da população passou a queimar o lixo — prática que pode causar incêndios e agravamento da poluição.
Críticas à empresa e cobranças ao Executivo
Alguns vereadores classificaram a Eco PVH como uma empresa sem estrutura adequada para o serviço.
“Moro no ramal e tenho um espetinho na cidade, mas em 12 anos nunca vi Porto Velho tão desassistida”, disse Sofia Andrade.
O vereador Márcio Pacelle afirmou ter visto um dos proprietários da empresa acompanhando os caminhões de coleta e criticou a falta de profissionais capacitados.
“Colocaram banner convocando diaristas para recolher lixo. Isso é inadmissível”, pontuou.
Para os parlamentares, a gestão do prefeito Léo Moraes já possui elementos suficientes para rescindir o contrato com a Eco PVH, e não apenas aplicar multas. O líder do governo na Câmara, Breno Mendes, também defendeu a rescisão imediata, considerando os impactos da crise na vida da população.
Atualmente, a Eco PVH atua sob decisão liminar do desembargador Glodner Pauletto, vice-presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, fundamentada em pareceres do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO).


