Médica investigada por envolvimento na morte do marido é encontrada sem vida em cela de presídio em Sergipe

Médica investigada por envolvimento na morte do marido é encontrada sem vida em cela de presídio em Sergipe
Crédito:Gazeta Rondônia

Daniele Barreto, médica de 46 anos acusada de participação no assassinato do advogado criminalista José Lael Rodrigues Júnior, de 42 anos, foi encontrada morta na tarde de terça-feira (9), no Presídio Feminino de Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe. A Secretaria de Justiça de Sergipe (Sejuc) e o advogado da acusada, Fábio Trindade, confirmaram o ocorrido, apontando indícios de suicídio.

Na quarta-feira (10), a Polícia Científica de Sergipe concluiu que a causa da morte foi enforcamento, sem evidências de agressão por terceiros. Exames toxicológicos ainda estão em andamento para detectar possíveis substâncias no organismo. O corpo foi velado em Nossa Senhora do Socorro, enquanto o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) continua investigando as circunstâncias.

No mesmo dia da morte, Daniele participou de uma audiência de custódia no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju, na qual foi determinado seu acompanhamento médico no presídio. A defesa alegou que a médica sofria de Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) e que estava internada desde 1º de setembro em clínica psiquiátrica, após o Supremo Tribunal Federal (STF) revogar sua prisão domiciliar no final de agosto. O advogado Fábio Trindade afirmou que ela havia sido retirada de um tratamento considerado necessário e que, em entrevistas, Daniele teria alertado que atentaria contra a própria vida se retornasse à prisão.

Daniele foi presa em 12 de novembro de 2024, junto a outras seis pessoas suspeitas pelo assassinato de Lael Rodrigues, ocorrido em 18 de outubro daquele ano na Zona Sul de Aracaju. Na ocasião, dois homens em uma motocicleta dispararam contra o veículo em que o advogado estava com o filho, atingindo-o fatalmente, enquanto o filho sobreviveu após receber atendimento médico.

Investigações indicam que Daniele pode ter fornecido informações sobre a localização das vítimas aos executores. Câmeras de segurança registraram a amiga e a secretária da médica em contato com suspeitos cerca de 1h30 antes do crime.

Após ficar na delegacia, Daniele foi transferida ao presídio em janeiro de 2025. Sua prisão foi convertida em domiciliar com tornozeleira eletrônica em maio, mas revogada pelo STF em agosto. Em 1º de setembro, foi internada em clínica psiquiátrica após mal-estar, e parte da defesa se retirou do caso por falta de pagamento em 6 de setembro.

O Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) afirmou que o processo continuará para os demais envolvidos, e a Sejuc investiga o vazamento de fotos da médica no presídio, ocorrido após sua morte.

Conhecido como "Caso Lael", o caso ganhou repercussão nacional, gerando discussões sobre saúde mental no sistema prisional e a atuação do judiciário.